O Cordeiro de Deus tirou "os pecados" do mundo? Será?


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Pr. Cacildo Melo

No dia seguinte João viu Jesus aproximando-se e disse: Vejam! É o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo! (Jo 1. 29)

Já ouvi várias pregações, estudos e citações sobre esta passagem. Confesso que fora de contexto. Subtraindo o verdadeiro sentido do texto.

- Muitos citam sem ler a palavra da seguinte maneira: Eis o cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo.

- Pior ainda, os que lêem afirmando a mesma coisa: Eis o cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo.

Não existe “s” em “o pecado”. Com isso, conseguimos entender realmente o que João Batista está afirmando quanto à pessoa de Jesus Cristo. Estou me referindo a esta passagem, pela qual de forma erroneamente aplicamos em nosso dia a dia.

Jesus não veio para tirar os pecados do mundo. Embora a sua morte foi destinada também "aos pecados", com "s". Tanto que a existência dos mesmos (pecados) são visíveis, palpáveis e tragáveis no mundo desde a sua existência mais remota, e, infelizmente até mesmo praticados pelos filhos de Deus. Entretanto, a existência do Cristo, conforme João Batista,  é para tirar “o pecado”, no caso o pecado original experimentado por Adão e Eva  migrado em toda a raça humana:  Portanto, da mesma forma como o pecado entrou no mundo por um homem, e pelo pecado a morte, assim também a morte veio a todos os homens, porque todos pecaram (Rm 5. 12). O pecado referido aqui, sem “s”, é o pecado para a morte. A morte espiritual. A separação eterna da criatura com o Criador. Jesus veio para salvar o homem da morte espiritual.

Porei inimizade entre você e a mulher, entre a sua descendência e o descendente dela; este lhe ferirá a cabeça, e você lhe ferirá o calcanhar (Gn 3. 15).

Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna (Jo 3. 16).

            As promessas para a salvação humana é registrada na Palavra desde o Édem. Jesus é a salvação humana. Nele estamos libertos do pecado para a morte. A separação eterna da criação com o Criador é a morte eterna. Uma vez que, para sermos libertos dessa condição temos que render-se a Jesus como Senhor e Salvador. Jesus justifica-nos perante Deus para assim tornarmos filhos do Senhor. Em contrariedade com o controle do pecado na vida humana, que escraviza e atemoriza, o filho de Deus recebe o Espírito Santo de adoção.

Portanto, agora já não há condenação para os que estão em Cristo Jesus (Rm 8. 1).

            A condenação é fato, mas, para quem não está no Cristo de Deus. Quem tem o Cristo, tem o Pai, e com isso recebe nova filiação, ou seja, a de filho de Deus. O Pai não abandonará os filhos. Paulo argumenta que, em consequência dessa dádiva de justiça, quem crê recebe salvação da ira de Deus. O Senhor reconciliou consigo inimigos ímpios e injustos, com isso promovendo a paz consigo mesmo, por meio de Jesus Cristo. O pecado e a morte sobrevieram ao ser humano por meio de Adão; justiça e vida, por meio de Seu Filho Jesus.

            Em contra partida, temos os pecados praticados pelo homem. Até intitulados como obras da carne:

Por isso digo: vivam pelo Espírito, e de modo nenhum satisfarão os desejos da carne. Pois a carne deseja o que é contrário ao Espírito; e o Espírito, o que é contrário à carne. Eles estão em conflito um com o outro, de modo que vocês não fazem o que desejam (Gl 5. 16, 17)

Ora, as obras da carne são manifestas: imoralidade sexual, impureza e libertinagem; idolatria e feitiçaria; ódio, discórdia, ciúmes, ira, egoísmo, dissensões, facções e inveja; embriaguez, orgias e coisas semelhantes. Eu os advirto, como antes já os adverti, que os que praticam essas coisas não herdarão o Reino de Deus (Gl 5. 19-21)

As obras da carne, está calcada na sua satisfação. Desejo pelo qual, uma vez consumado trará as suas consequências. Os filhos de Deus não estão imunes a tais obras, tanto que o apóstolo Paulo afirma: Pois o que faço não é o bem que desejo, mas o mal que não quero fazer, esse eu continuo fazendo. Ora, se faço o que não quero, já não sou eu quem o faz, mas o pecado que habita em mim (Rm 7. 19, 20).

As obras da carne são os pecados que aprendemos dominá-los com Cristo. Toda a humanidade está sujeita a infelicidade de praticá-las. Independente de religião ou credo.

Costumo dizer para a igreja que temos que tomar cuidado quando falamos que o crente pode pecar. Já ouvi muitas vezes isso. Totalmente errado. Não fomos salvos para permanecer em pecado (obras da carne).

Agora, podemos dizer que o crente pode pecar. Sim. Desde que fique bem claro não como ato permissivo, mas, como possível, pois somos seres corruptíveis dotados de fraqueza carnal: Vigiem e orem para que não caiam em tentação. O espírito está pronto, mas a carne é fraca (Mt 26. 41).

Você que não tem Cristo como Salvador, precisa aceita-lo para que Ele o livre do pecado da morte (morte espiritual=inferno).

Você que está em Cristo, ore para que não caia. Uma vez caindo, temos um advogado fiel e justo em nosso favor. Entretanto, ore ao Senhor para ampará-lo em meio à consequência pelo ato praticado.


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