Pr. Cacildo Melo
A saber: Se com a tua boca confessares ao Senhor
Jesus, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás
salvo (Rm 10. 9).
O
apóstolo Paulo, tem um encontro genuíno com Cristo na estrada para Damasco. Com
rapidez, o perseguidor da igreja se tornou apóstolo de Jesus o Cristo. Ele
estava totalmente tomado da ideia de ser um zelote da lei, dedicado a erradicar
uma praga que estava ameaçando a vida de Israel, quando, em suas próprias
palavras, foi conquistado por Cristo Jesus: Não que já a tenha alcançado, ou que seja perfeito; mas prossigo para
alcançar aquilo para o que fui também preso por Cristo Jesus (Fl 3. 12).
Com
tal encontro, Paulo foi constrangido a dar meia volta e se tornar um guerreiro
da causa que, outrora, perseguia, tentando exterminá-la: E, caindo em terra, ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que
me persegues? (At 9. 4). Jesus, o crucificado, ressuscitado e exaltado,
muda à trajetória de vida do apóstolo:
Disse-lhe, porém, o Senhor: Vai, porque este é para mim um vaso escolhido, para
levar o meu nome diante dos gentios, e dos reis e dos filhos de Israel (At 9.
15).
O
encontro de Paulo com o Mestre, mudou de forma radical o seu propósito de vida.
Ao escrever sua carta aos irmãos da Galácia, ele menciona o seguinte: Mas, quando aprouve a Deus, que desde o
ventre de minha mãe me separou, e me chamou pela sua graça, Revelar seu Filho em mim, para que o pregasse
entre os gentios, não consultei a carne nem o sangue (Gl 1. 15, 16). O apóstolo, através da
revelação de Deus para a sua vida, compreende para que ele foi gerado. Todas as
pessoas que estão sendo regeneradas pelo sangue de Jesus, renascem com o
propósito de viver para Ele, conforme a vontade do Mestre.
O apóstolo Paulo deixa
algumas revelações a cerca da salvação.
1) Adoção
Para
o apóstolo, os cristãos são adotados pelo Pai. Somos inseridos na família
celestial através de adoção. O único filho legítimo de Deus é Jesus, nós,
adotados em amor: Porque não recebestes o espírito de
escravidão, para outra vez estardes em temor, mas recebestes o Espírito de
adoção de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai (Rm 8. 15). De modo geral acredita-se que Paulo esteja
fundamentado em uma prática legal, comum à cultura greco-romana.
A
adoção e regeneração consiste em duas realidades que permanecem juntas, sendo
dois aspectos da salvação asseguradas por Cristo: Para remir os que estavam
debaixo da lei, a fim de recebermos a adoção de filhos (Gl 4. 5). A adoção resulta de um novo
relacionamento, enquanto que a regeneração é uma mudança de nossa natureza
moral. Contudo a conexão entre elas é clara. O Pai quer que seus filhos, a quem
ele ama, tenham o Seu caráter e, para isso, ele toma as providências
necessárias.
2) Justificação
Nas
epístolas de que tratam da relação entre cristianismo e judaísmo, como em
Gálatas e Romanos, Paulo declara que os cristãos foram justificados pela fé: Tendo
sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus
Cristo (Rm 5. 1). Dando a entender que esta afirmação envolve uma
mudança na posição legal do cristão aos olhos de Deus, bem como a certeza de
sua justificação final diante de Deus, apesar de sua natureza pecaminosa.
Portanto, o termo “justificação” e o verbo “justificar” adquirem o significado
de “entrar em relacionamento com Deus”, ou, “ou tido como aceito aos olhos de
Deus”.
A
doutrina da justificação era para Paulo, assunto de suma importância: Porque
nele se descobre a justiça de Deus de fé em fé, como está escrito: Mas o justo
viverá pela fé (Rm 1. 17). A justificação é o ato de Deus, que
perdoa pecadores e, aceita-os como justos por intermédio de Cristo, ela nos limpar e nos torna aceitos pelo Criador. A decisão
justificadora de Deus é, na prática, o julgamento do Último Dia, com relação ao
lugar onde devemos estar na eternidade, essa decisão já é trazida para o presente e pronunciada no aqui e
agora.
3) Redenção
Este
termo atribui a redentor “aquele que livra da escravidão, ou, aflições”, sendo
que o termo hebraico nos arremete a resgatador, aplicado em referência a
proteção dos interesses dos membros necessitados de toda uma parentela. Sendo
aplicado a Deus como protetor e libertador de Israel: Não temas, tu verme de Jacó,
povozinho de Israel; eu te ajudo, diz o Senhor, e o teu redentor é o Santo de
Israel (Is 41. 14).
Embora Jesus não seja especificamente chamado “Redentor” no NT, é nele que os
crentes têm a redenção: Em quem temos a
redenção pelo seu sangue, a remissão das ofensas, segundo as riquezas da sua
graça (Ef 1. 7).
A
redenção divina está atribuída a tomar novamente posse de uma pessoa ou coisa,
reaver pela compra, tornar a alcançar um direito, são atos que a lei mosaica
regula com muita particularidade. A redenção de terras e de casa (Lv 25. 23,
24, 29), de um israelita (Lv 25. 48), de propriedade votada e consagrada a Deus
(Lv 27. 9 a 27).
No
mundo antigo, que era o cenário dos prisioneiros de guerras, ou, ainda, para
assegurar a liberdade daqueles que haviam sidos vendidos como escravos,
usualmente para o pagamento de dívidas de família, a redenção era uma forma de
reaver o que havia sido perdido, tomado, ou, escravisado. Paulo deixa parecer
que a morte de Cristo assegura a liberdade dos cristãos da escravidão, da lei e
da morte, para que possam se tornar assim servos de Deus: Porque fostes comprados por
bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo, e no vosso espírito, os
quais pertencem a Deus (I Co 6. 20).
4) Salvação
O
apóstolo emprega uma rica diversidade de imagens para esclarecer que benefício
Cristo assegura aos cristãos. Um dos termos utilizado por Paulo é a “Salvação”:
Porque a palavra da cruz é loucura para os que perecem; mas para nós,
que somos salvos, é o poder de Deus (I Co 1. 18).
A
salvação é o ato pelo qual Deus livra a pessoa de situações de perigo (Is 26.
1), opressão (Lm 3. 26; Ml 4. 2), sofrimento (II Co 1. 6), etc... Também livra
a pessoa da culpa e do poder do pecado e a introduz numa vida nova, cheia de
bênçãos espirituais, por meio de Cristo Jesus: E disse-lhe Jesus: Hoje veio a salvação a esta
casa, pois também este é filho de Abraão (Lc 19. 9).
A salvação está ligada a vida, morte e
ressurreição de Cristo, este vínculo é uma característica marcante da teologia
cristã ao longo dos séculos. Jesus Cristo é o sentido da salvação. Ele é quem
fornece o modelo de paradigma de uma vida redimida diante do Pai: Portanto,
ele é capaz de salvar definitivamente aqueles que, por meio dele, se aproximam
de Deus, pois vive sempre para interceder por eles (Hb 7. 25). Quando Cristo encarnou-se e assumiu a forma humana,
ele recapitulou em si mesmo toda a história da raça humana, obtendo para nós a salvação promovida pelo Pai, de forma
que pudesse ser reconquistado aquilo que havia perdido por meio de Adão, isto
é, a condição de criaturas feitas a imagem e semelhança de Deus.
Na Palavra de Deus, é
vivenciado a morte de Cristo na cruz como um sacrifício. Esta perspectiva,
particularmente associada à epistola aos Hebreus, apresenta a morte sacrificial
de Cristo como o sacrifício eficaz e perfeito, capaz de conquistar aquilo que
os sacrifícios do Antigo Testamento conseguiam apenas anunciar, em vez de
alcançar o resultado eficaz. De modo especial, o uso que Paulo faz do termo
grego hilasterion, aponta para uma interpretação sacrificial da morte de
Cristo: Ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue,
para demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a
paciência de Deus (Rm 3. 25).
Adoção, justificação e redenção são os meios utilizados pelo Pai, na pessoa do Filho, para salvar os homens. Deus ama a Criação, com isso, tem o desejo de salvá-la.
Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna (Jo 3. 16)
Adoção, justificação e redenção são os meios utilizados pelo Pai, na pessoa do Filho, para salvar os homens. Deus ama a Criação, com isso, tem o desejo de salvá-la.
Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna (Jo 3. 16)
0 comentários :
Postar um comentário