Pr. Cacildo Melo
Vocês estudam cuidadosamente as Escrituras, porque pensam
que nelas vocês têm a vida eterna. E são as Escrituras que testemunham
a meu respeito (Jo 5. 39)
Eu me converti no ano de 1999.
Desde então tenho servido ao Senhor. Com dois anos de conversão, em primeiro
plano, iniciava a minha vocação de professor dada por Jesus. Com isso, tenho
dedicado ao estudo da Palavra diariamente.
Uma das coisas que tenho
observado do início de minha conversão até o exato momento, é, que não sabemos
ler a Bíblia. Não respeitamos os sinais ortográficos (, , ?, !, entre outros),
verbos, enfim, uma série de coisas que estão grafadas na Palavra. Com isso,
“recriamos” uma série de ensinos extra bíblicos. Inclusive, acho que deveríamos
reconstruir alguns conceitos milenares ditos na igreja, que não são condizentes
com a veracidade e intencionalidade de Deus dada aos seus santos homens.
A passagem citada logo acima
é uma das muitas que estão sendo pronunciadas equivocadamente. Já ouvi em
EBD’s, Cultos, Pregações, inclusive até tema de incentivo ao estudo da Palavra.
Já ouvia as pessoas dizerem: Irmãos, Jesus disse que devemos examinar as
Escrituras. Muito pelo contrário, ele adverte que observa-se minuciosamente as
escrituras, entretanto não extrai-se dela a verdadeira essência.
Neste contexto, Jesus estava
confrontado os escribas e fariseus que de forma “cuidadosa” estudaram as
escrituras, mas, não entenderam nada. Inclusive, Ele menciona outra situação, a
de que eles pensavam que a Palavra teria o poder para salvar. Com isso entramos
em outro equívoco para alguns, que arrasta-se por muitos anos dentro das
Igrejas.
A Palavra em si não salva. A
salvação é única e exclusiva do Cristo. As Escrituras tem a sua eficácia plena,
pois, é somente nela que encontramos o Salvador:
Assim, a lei foi o nosso tutor até Cristo, para
que fôssemos justificados pela fé. Agora, porém, tendo chegado a fé, já
não estamos mais sob o controle do tutor (Gl 3. 24, 25).
No Antigo Testamento, a lei
teve o objetivo de proteção, conselheira. O papel da Palavra é fundamental para
a vida do ser humano em dois aspectos:
a)
Para os que estão em Cristo, ela nos
ensina como andarmos, permanecermos em conformidade com a sua vontade (santidade).
b)
Para os que não estão em Cristo, ela é o
direcionamento para o Salvador. Após a salvação, ai sim, andar e permanecer em
conformidade com a vontade de Jesus (santidade).
Quando aceitamos a Cristo, o
papel de tutor cessa. Permanecendo o papel de guia, fundamentação. Portanto, quem ouve estas minhas palavras
e as pratica é como um homem prudente que construiu
a sua casa sobre a rocha (Mt 7. 24).
Por isso, que devemos
observar atentamente o que está escrito, não o que interpretamos. Pois a aplicação
disso, com certeza será contrária, a vontade do Senhor.
Se a Palavra leva o pecador
(não salvo) a Cristo. Então não podemos deixar de pregá-la: Conseqüentemente, a fé vem por ouvir a
mensagem, e a mensagem é ouvida mediante a palavra de Cristo (Rm 10.
17).
Outra passagem que fundamenta que a Palavra por si só não salva é esta:
Então ele disse: Jesus, lembra-te de mim
quando entrares no teu Reino. Jesus lhe respondeu: Eu lhe garanto: Hoje você
estará comigo no paraíso (Lc 23. 42, 43)
O centro da atenção do
ladrão na cruz era Jesus, tanto que reconheceu que o mesmo possuía um reino. E
com isso, Jesus não o dispensou. Muito pelo contrário, o amou, ao ponto de salvá-lo.
Neste trecho da Palavra, observamos
que Jesus não deu uma segunda chance para que o ladrão descesse da cruz e fosse
procurar uma sinagoga para estudar as Escrituras, induzindo-o a equipar-se para
a salvação. Pois o ladrão estava diante do Salvador. E o mais importante o
reconheceu. Isso pode assemelhar-se as pessoas que estão em leito de morte, que
não terão o pleno contato com a Palavra. Mas, entenderão que em Jesus existe
consolo para as almas. Seja por que alguém que pregou, ou, por ter ouvido
alguma porção da mesma. A obra salvífica de Cristo, transcende a Palavra.
A Palavra nos arremete a
Cristo. E a natureza tem o seu papel fundamental também. Inclusive, encontramos
na epístola aos romanos a afirmativa quanto ao referido assunto:
pois o que de Deus se pode conhecer é manifesto entre eles,
porque Deus lhes manifestou. Pois desde a criação do mundo os atributos
invisíveis de Deus, seu eterno poder e sua natureza divina, têm sido vistos
claramente, sendo compreendidos por meio das coisas criadas, de forma que
tais homens são indesculpáveis (Rm 1. 19, 20).
A natureza, também, é uma
das formas de contemplarmos a existência de Deus, porém, não tem eficácia para
a salvação. Uma vez que, somente em Cristo há salvação. A natureza tem o papel
de tornar toda a humanidade indesculpável diante do Senhor.
A Palavra leva ao Salvador.
O Salvador leva-nos ao Pai. O Pai nos dará permissão para entrar em sua morada.
Cada um com o seu propósito específico pré-determinado pelo Criador.
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